Foto: Gerada com IA / Meta AI
No Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, comemorado nesta segunda-feira, 28 de julho, o Rio Grande do Sul registra redução significativa nos indicadores da Hepatite C. Entre 2019 e 2024, os óbitos pela doença caíram 51,8%, enquanto os casos diminuíram 30%. A data ocorre na reta final do Julho Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre as hepatites virais.
Esses dados constam no Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais 2025, divulgado pela Secretaria da Saúde (SES) e elaborado pelo Ministério da Saúde. O relatório reúne informações até 2024 sobre os tipos A, B, C, D e E, com base nos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do Sistema de Informações sobre Mortalidade.
Para controlar e reduzir casos e mortes, a SES realiza ações integradas de vigilância, prevenção e assistência via Sistema Único de Saúde (SUS). Entre elas estão a oferta de testes rápidos para hepatites B e C para toda a população, acesso facilitado a medicamentos e agilidade no início do tratamento.
O atendimento é descentralizado e segue um fluxo que envolve diagnóstico, encaminhamento, manejo e tratamento a partir da atenção primária em saúde (APS). Também são implementadas estratégias específicas para rastreamento e tratamento em grupos vulneráveis, como pessoas com mais de 40 anos, privadas de liberdade, pacientes em hemodiálise, usuários de álcool ou outras drogas e portadores do vírus HIV.
As hepatites virais são infecções hepáticas provocadas pelos vírus A, B, C, D ou E. São doenças transmissíveis e de notificação obrigatória. Podem apresentar desde fases assintomáticas até sintomas como náuseas, dor abdominal, fadiga, febre e icterícia.
As formas principais de transmissão são:
Hepatite A: via fecal-oral; associada a condições precárias de saneamento básico e água contaminada;
Hepatite B: contato com sangue e fluidos corporais contaminados; ligada a infecções sexualmente transmissíveis;
Hepatite C: transmissão por sangue e fluidos corporais; testes rápidos disponíveis nas unidades de saúde;
Hepatite D: ocorre apenas em quem já tem hepatite B; vacinação contra hepatite B é forma eficaz de prevenção;
Hepatite E: transmitida principalmente por água ou alimentos contaminados; cuidados incluem consumo de água tratada e alimentos bem cozidos.
Quanto à vacinação, o SUS oferece imunização contra hepatites A e B nas unidades da APS nos municípios. Para hepatite C não existe vacina, mas há testes rápidos na rede pública; o tratamento tem taxa de cura superior a 95%.
A vacina contra hepatite A faz parte do calendário rotineiro para crianças entre 15 meses e quase 5 anos (dose única). Para pessoas com condições clínicas especiais — como hepatopatias crônicas ou HIV — são indicadas duas doses. Recentemente, a vacina foi incluída para usuários da profilaxia pré-exposição à infecção pelo HIV (PrEP), que devem solicitar o imunobiológico via sistema específico anexando comprovação da PrEP.
A imunização contra hepatite B está disponível para todas as pessoas não vacinadas. O esquema para crianças inclui quatro doses (ao nascer; aos 2, 4 e 6 meses). Para adultos são recomendadas três doses; pessoas com condições especiais recebem quatro doses.