Trinta anos após a criação da maior agenda global para alcançar a igualdade de direitos para mulheres e meninas, a ONU Mulheres divulgou um relatório que analisa a situação de 159 dos 189 países signatários da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. O estudo revela que, apesar de alguns avanços significativos, quase um quarto dos governos em todo o mundo relataram retrocessos nos direitos das mulheres.
Entre 1995 e 2024, foram implementadas 1.531 reformas legais em busca da igualdade de gênero, mas as mulheres ainda possuem apenas 64% dos direitos dos homens. Embora a representação feminina nos parlamentos tenha mais que dobrado nesse período, os homens continuam ocupando três em cada quatro posições. Além disso, a participação das mulheres na internet cresceu, mas ainda são a minoria entre os usuários.
O relatório também destaca que muitas mulheres e meninas estão sendo deixadas para trás em diversas áreas. Atualmente, 10% das mulheres e meninas vivem em famílias na extrema pobreza, com essa proporção aumentando para 24% entre aquelas com idades entre 18 e 34 anos.
Embora as meninas superem os meninos nas taxas de conclusão do ensino médio na maioria das regiões, a África Subsaariana e a Ásia Central e Meridional continuam enfrentando desafios significativos. Entre 2003 e 2023, a proporção de casamentos infantis caiu de 24% para 19%, mas os avanços foram mais pronunciados entre famílias ricas.
Por último, embora as jovens tenham tido acesso mais rápido ao planejamento familiar moderno, suas necessidades ainda não estão totalmente atendidas, colocando-as em desvantagem em comparação com outras faixas etárias.
