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Iguatemi

Ministério Público do RS deflagra operação contra adulteração de produtos lácteos

Foto: Reprodução / MPRS

 

Foi deflagrada Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) na manhã desta quarta-feira, dia 11, a Operação Leite Compen$ado 13. A ação revelou mais uma vez a adulteração de produtos lácteos no Estado. O alvo desta fase foi uma indústria de Taquara, no Vale do Paranhana, que produzia derivados lácteos como leite UHT, composto, leite em pó, soro, entre outros, com adição de soda cáustica e outros produtos nocivos à saúde, como água oxigenada. A investigação identificou a participação do químico industrial conhecido como “alquimista” ou “mago do leite”, que já havia sido alvo de outras fases da operação.

O “alquimista” estava impedido pela Justiça de trabalhar em laticínios, mas foi contratado pela fábrica de Taquara como consultor. Ele já havia sido alvo da Operação Leite Compen$ado 5, em 2014, quando foi descoberto seu envolvimento na adição de soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada em produtos de uma indústria em Imigrante, no Vale do Taquari. Ainda aguarda o desfecho do processo judicial dessa fase.

A Operação Leite Compen$ado 13 foi realizada em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Receita Estadual, Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Delegacia do Consumidor da Polícia Civil (DECON). Cerca de 110 agentes cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em empresas e residências de Taquara, Parobé, Três Coroas, Imbé e na Capital paulista.

Os promotores de Justiça envolvidos na investigação afirmam que a soda cáustica, utilizada para ajustar o pH do leite e diminuir sua acidez, volatiliza ou desaparece rapidamente, não sendo detectada nas análises. O promotor de Justiça Mauro Rockenbach, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, destaca que a Operação Leite Compen$ado 13 demonstra que, enquanto as medidas cautelares e as condenações contra os responsáveis pela adulteração do leite não forem efetivamente aplicadas, os riscos à saúde pública persistirão.

Fonte: Ministério Público do RS