Mais de 53 mil servidores no Brasil recebem salários superiores ao teto do funcionalismo público. Esse total é o maior em um ranking que inclui nações como Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e outros países da América Latina. Os pagamentos realizados custaram R$ 20 bilhões aos contribuintes brasileiros em um período de doze meses.
Mensalmente, os servidores recebem gratificações, auxílios e benefícios retroativos. Uma pesquisa, encomendada por duas organizações, Movimento Pessoas à Frente e República.org, analisou aproximadamente 50 milhões de contracheques de 4 milhões de servidores, incluindo ativos e aposentados do Poder Executivo, da magistratura federal e estadual, do Ministério Público Federal e Estadual, do Congresso Nacional e dos governos estaduais de São Paulo e Minas Gerais.
O estudo identificou que 53 mil servidores, ou 1,34% do total analisado, recebem valores que ultrapassam o limite estabelecido. O teto salarial, definido pela Constituição, determina que a remuneração dos servidores públicos não pode exceder o subsídio mensal dos ministros do STF, atualmente fixado em R$ 46 mil. Contudo, na prática, a remuneração pode ser maior devido a penduricalhos, como auxílios e ajuda de custo.
Segundo o levantamento, a magistratura concentra os maiores salários, com 21 mil juízes e desembargadores recebendo acima do teto. No Poder Executivo Federal, 12 mil servidores se encontram na mesma situação, enquanto no Ministério Público, 10 mil servidores recebem valores superiores ao limite.


