O Hospital Bom Pastor, de Ijuí, realizou no último sábado os primeiros transplantes de córnea na instituição. Os procedimentos foram realizados pelo oftalmologista Dr. Heron Correia, especialista em Córnea, Catarata e Cirurgia Refrativa. Conforme explica Heron, a córnea doada é processada em um banco de olhos, geralmente em Porto Alegre. Nessa etapa, são realizados diversos testes para verificar se a córnea é viável e se não apresenta riscos ao paciente.
Em seguida, ela é preparada especificamente para o receptor que está na vez na fila do transplante. “O tempo de reabilitação pode variar, e o risco de rejeição é baixo, se comparado a outros procedimentos. Foi um dia muito feliz para o hospital, pois é um procedimento inédito na instituição. Os pacientes atendidos são de diversos municípios da região, o que garante que o transplante beneficie diferentes comunidades. Para quinta-feira, temos mais dois procedimentos programados, e a ideia é manter esse padrão ao longo de 2025. É o último ato de amor de alguém, por isso precisamos incentivar a doação de órgãos”.
A fila de espera para o transplante é única e regulada pelo Estado. O paciente realiza uma primeira consulta com o Dr. Heron Correia, que avalia se há necessidade de realizar o transplante. “Após essa avaliação, é preenchido um formulário com todos os dados de identificação do paciente, além do tipo de córnea, o lado do olho que será transplantado, a idade mínima e máxima do doador e todo o diagnóstico feito pelo médico. Esse paciente é cadastrado no Sistema Nacional de Transplantes, e um número é gerado para ele. Quando o chamamento se aproxima, nossa equipe de oftalmologia entra em contato para repassar todas as orientações, pois é necessário atualizar os exames, já que ele poderá ser chamado a qualquer momento”, pontua a coordenadora do Centro de Oftalmologia, Ana Vogt.
Uma das pacientes que recebeu o transplante de córnea no sábado relatou que se tornou paciente do Dr. Heron em 2021. “Desde que comecei o acompanhamento com ele, estou aguardando a realização do transplante — e agora chegou a minha vez. A partir do momento em que fui comunicada, não consigo mais dormir de tanta emoção. Sábado foi o quarto dia mais feliz da minha vida: os dois primeiros foram o nascimento dos meus filhos, o terceiro, o da minha neta, e o quarto, o do meu transplante. Estou imensamente feliz por poder voltar a enxergar e, principalmente, por não sentir mais dor. Sou muito agradecida a Deus por ter me permitido a oportunidade de receber uma córnea. Sou grata ao doador e à sua família por terem tido a generosidade de, mesmo diante da dor da perda, realizarem a doação dos órgãos. E sou muito grata ao Dr. Heron, pois sempre confiei nele. Só quem precisa de um transplante sabe a importância disso. Por isso, sejamos todos doadores. Peço que as pessoas sempre conversem sobre isso com seus familiares, porque a doação de órgãos salva vidas”.
A diretora executiva Rosane Schiavo destaca que o compromisso do hospital é entregar tecnologia e inovação com resolutividade e humanização em favor da vida. “Temos muito orgulho dos avanços tecnológicos e da agilidade com que estamos entregando novos serviços complexos e de qualidade para nossa comunidade. A realização do transplante de córnea em nossa instituição representa devolver a visão a muitos pacientes, promovendo a inclusão social, a autonomia e o bem-estar — ou seja, dignidade humana para o paciente, impactando diretamente em sua qualidade de vida”.
