Foto gerada por Inteligência Arficial / Meta AI
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) divulgou nesta terça-feira, 19, um estudo chamado “A Medicina Intensiva no Brasil: perfil dos profissionais e dos serviços de saúde”, que levantou dados sobre a disponibilidade de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no país. Os números revelam que, embora o número de leitos de UTI tenha crescido 52% na última década, passando de 47.846 em 2014 para 73.160 em 2024, um salto de 25.314. Apesar disso, a distribuição desses equipamentos permanece “gravemente desigual”.
Um dos principais fatores de desigualdade é a diferença entre os serviços oferecidos pela rede pública e a rede privada de saúde. Em 2024, 51,7% dos leitos de UTI no Brasil, ou seja, 37.820 unidades, são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto os outros 48,3% ou 35.340, são geridos pelo sistema suplementar. Embora os números pareçam se aproximar, esses dados ainda evidenciam um problema social, considerando que o SUS atende 152 milhões de pessoas, enquanto a rede privada tem 51 milhões de beneficiários de planos de saúde.
Além disso, há uma disparidade significativa no número de leitos de UTI por habitante, de acordo com as regiões brasileiras. No Norte, há 27,52 leitos de UTI por 100 mil habitantes, enquanto no Sudeste essa proporção chega a 42,58 leitos. Quando analisamos a densidade de leitos por 100 mil habitantes em todo o país, constatamos que é de 36,06 leitos. Entretanto, 19 dos 27 estados da federação apresentam números inferiores a esta média, variando de 20,95 leitos no Piauí a 76,68 leitos no Distrito Federal.
Na visão da Amib, essas desigualdades evidenciam a necessidade urgente de adoção de políticas públicas que promovam uma distribuição mais justa da infraestrutura hospitalar e de profissionais intensivistas pelo país.