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Iguatemi

Cresce o número de agrotóxicos irregulares no Brasil

Nos últimos anos, a preocupação com o uso de agrotóxicos no Brasil ganhou destaque, acompanhada do avanço na aplicação irregular desses produtos. A facilidade das vendas online permitiu que agrotóxicos ilegais, frequentemente contrabandeados de países vizinhos, ampliassem sua presença no campo.

Estima-se que 25% dos agrotóxicos que circulam no Brasil sejam irregulares. Em 2023, a Polícia Federal apreendeu 575 toneladas desses produtos, um aumento de quase 180% em relação a 2022. O Ministério da Agricultura apreendeu 422,9 toneladas e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confiscou 195,7 toneladas. As apreensões ocorrem principalmente em rodovias e durante fiscalizações em propriedades rurais.

O mercado ilegal é estruturado por uma cadeia que inclui contrabando, roubo de cargas, falsificação de produtos e desvio de finalidade na utilização de princípios ativos importados. Os preços atraem os compradores, uma vez que os insumos de origem ilegal costumam ser mais baratos que as opções regulamentadas. A alta do dólar nos últimos anos tornou os produtos legalizados mais caros, impulsionando a demanda no mercado paralelo.

Substâncias permitidas em países vizinhos não são aceitas no Brasil. O paraquat, por exemplo, é proibido no país desde 2020 devido a riscos à saúde, como câncer e doença de Alzheimer. Na União Europeia, essa substância é banida desde 2007. O Paraguai se destaca como porta de entrada do paraquat no Brasil. Esse insumo é vendido legalmente em países como China e Índia e ingressa no Brasil por via terrestre, com foco no estado do Paraná.

Fonte: Grupo Repórter