O Protocolo Zero: fim de jogo para o Racismo é uma campanha da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), em parceria com a Odabá – Associação de Afroempreendedorismo. De estádio em estádio, a FGF distribui brindes e panfletos, sempre levando mensagens antirracistas, para que as praças esportivas também excluam as injúrias raciais de seus eventos.
De acordo com o presidente da FGF, Luciano Hocsmann, a campanha foi iniciada em 2022, quando a Federação buscou uma entidade que realizasse o treinamento de letramento racial para seu público interno e também desenvolvesse um projeto, visando atingir as categorias de base. “A gente precisa conscientizar os atletas, as comissões desde o início e neste ano de uma maneira mais incisiva”, afirma.
Porém, o presidente sempre ponderou os desafios que englobam tal campanha. “Nossa preocupação é com a efetividade do Protocolo. Ela não é somente uma campanha para que as pessoas vejam que a gente está incluindo e sim com uma ação mais incisiva”, destaca.
Além da distribuição de brindes, o Protocolo Zero também tem uma proposta mais visual, inclusive com os atletas entrando em campo com a camiseta do projeto. “A Odabá vem ao jogo. Normalmente a gente traz um atleta afrodescendente com vinculação com o clube mandante, para que haja uma distribuição do boné e da camiseta, enfim, que os atletas vão entrar em campo”, acrescenta.
Essas ações, segundo o presidente Hocsmann, colaboram para mostrar ao público que não se trata apenas de uma campanha, mas sim do “fim de jogo para o racismo”. “Isso vai trazendo consciência para o torcedor. Nossa expectativa é essa. O Protocolo Zero não tem esse nome à toa. Nós trabalhamos com a meta de terminar o ano e, depois, dar sequência a isso, sem nenhum caso de racismo ou injúria racial dentro do futebol gaúcho, independentemente da competição”, evidencia.
Hocsmann destaca que o futebol não é o refúgio para atitudes racistas e que, enquanto for presidente da FGF, as atitudes criminosas como essas serão frontalmente enfrentadas. “O racista tem que saber que o futebol não vai dar espaço pra ele, na esfera que for, enquanto essa gestão estiver à frente da Federação. Até lá, que o nome Protocolo Zero faça jus às situações que vão deixar de acontecer aqui no nosso estado”, completa.
Confira a entrevista com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Luciano Hocsmann: