Um grupo de pesquisadores diz que pode ser explicado por que beber pequenas quantidades de álcool beneficia o coração e como seu principal efeito decorre não de mudanças no sangue – como os cientistas inicialmente acreditavam – mas de suas repercussões no cérebro.
No entanto, como o álcool também aumenta o risco de câncer, não importa o quanto seja ingerido, os pesquisadores esclarecem que não aconselham as pessoas a consumi-lo. Em vez disso, entender esse mecanismo pode indicar maneiras mais saudáveis de colher o mesmo benefício, como exercícios ou meditação.
Durante décadas, grandes estudos epidemiológicos mostraram que pessoas que consomem quantidades moderadas de álcool – menos de um drinque por dia para mulheres e um a dois drinques por dia para homens – têm menor risco de sofrer eventos cardiovasculares graves, como ataques cardíacos e acidente vascular cerebral (AVC), em comparação com pessoas que se abstêm de álcool e em relação aos que bebem mais.
No entanto, os cientistas nunca conseguiram descobrir exatamente por que isso ocorre. O álcool parece aumentar os níveis de colesterol “bom”, conhecido como HDL, e os bebedores têm níveis mais baixos de uma proteína pegajosa chamada fibrinogênio no sangue, o que pode reduzir o risco de coágulos perigosos. Além disso, em pequenas quantidades, o álcool pode aumentar a sensibilidade à insulina. Mas isso não parece explicar totalmente o benefício.
Assim, uma equipe de cardiologistas em Boston decidiu procurar pistas em outro lugar: no cérebro.