Com crescimento de 243% na arrecadação das seguradoras nas modalidades de seguros no campo nos últimos cinco anos, o setor estima que haverá impulso na reserva de recursos federais para o próximo Plano Safra.
A estimativa é de lançamento do programa até o final de junho para valer a partir do segundo semestre. Entidades do meio rural estimam que o programa precisará de R$ 400 bilhões para custeio e investimento e, neste orçamento bilionário, uma fatia será destinada a seguros.
O Plano Safra vem aumentando a importância destinada a esse segmento. Desde que a subvenção foi estabelecida a partir da edição de 2003/2004 – recursos para subsidiar parcialmente os seguros para a agricultura e pecuária – houve incremento na adesão dos produtores rurais à contratação de seguros. O subsídio varia de 20% a 40% do valor do contrato de seguro.
Conforme a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), para o próximo ciclo do programa, deveriam ser garantidos R$ 2 bilhões para subsidiar o prêmio (custo) de seguro rural em 2023 e R$ 3 bilhões para 2024. Em 2022, apenas 7,2 milhões de hectares foram segurados com o recurso de R$ 1,1 bilhão, redução pela metade na comparação com 2021.
De acordo com o presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), Dyogo Oliveira, o seguro no campo é uma questão de sobrevivência da atividade, sendo o subsídio governamental importante ferramenta para aumentar a área protegida.
O dirigente estima que o valor de subvenção será de aproximadamente R$ 2,5 bilhões no próximo ciclo do Plano Safra. “Somente 10% da área plantada no Brasil foi protegida por seguro rural em 2022, sendo que temos quase 68 milhões de hectares plantadas. Portanto, é urgente aumentar o orçamento destinado para este fim”, destaca.
Segundo dados mais recentes do Atlas do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), são 121 mil agricultores segurados, sendo 80 mil na metade Sul do país. O perfil majoritário é de grandes áreas protegidas por seguro, em especial, de grãos para exportação.